Dirigir faz parte do dia a dia da maioria dos brasileiros. O número de carros nas ruas cresce constantemente, assim como o número de acidentes. Um dos motivos desses acidentes é a baixa acuidade visual dos motoristas.
Nesse texto, você entenderá melhor como os problemas de visão afetam o trânsito. Assim como os veículos precisam de manutenção periódica para rodar com segurança pelas estradas, os olhos dos motoristas também precisam de manutenção.
Entretanto, é comum encontrar pessoas que só se preocupam com sua capacidade visual durante a renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Isso porque, a acuidade visual é um dos itens indispensáveis para conseguir o documento.
É comprovado que a baixa capacidade visual do motorista é um fator de risco no trânsito, não importa a categoria da habilitação. Por isso, os testes de visão são tão importantes.
São eles que determinam se o motorista consegue dirigir em segurança e não colocar a sua vida e a de outras pessoas em risco. O problema é que os testes de acuidade visual são realizados apenas no processo de renovação da carteira, ou seja, a cada 10 anos.
Nesse período, a visão do condutor pode piorar consideravelmente e comprometer sua capacidade de dirigir em segurança. Sendo assim, consultar um oftalmologista regularmente é essencial para a saúde e segurança dos motoristas.
Os testes de acuidade visual
Já entendemos que problemas de visão afetam o trânsito e aumentam o risco de acidentes. Por esse motivo, todos os motoristas precisam passar por um teste de acuidade visual.
Geralmente, as clínicas credenciadas dos DETRANs estaduais utilizam a Tabela de Snellen para determinar o quanto uma pessoa consegue enxergar. Essa tabela é formada por um conjunto de letras, ordenadas em 11 linhas, quanto mais baixa a linha, menor o tamanho das letras e mais difícil identificá-la.
Apesar de ter sido desenvolvida no século XIX, essa tabela ainda é a melhor forma de identificar problemas de visão, independentemente da idade do paciente.
Para evitar que problemas de visão afetem o trânsito, os testes de acuidade visual foram pensados de acordo com cada categoria. Isso quer dizer que, os índices de visão exigidos de um motorista com habilitação tipo E é diferente de um motorista habilitado B.
Além disso, os testes atuais também consideram os problemas de visão mais comuns.
A visão ideal é chamada de 20/20. Ela indica que a pessoa consegue identificar detalhes a 6 metros de distância dos objetos. Quanto maior a segunda numeração, maior a dificuldade de visão.
Categoria A
Veículos motorizados com duas ou três rodas, com ou sem carro lateral. Os requisitos mínimos são:
- 20/40 em ambos os olhos;
- 20/30 no olho melhor, com ou sem estrabismo;
Categoria B
Veículos com menos de 3.500 kg ou com a lotação máxima menor que 8 lugares, com exceção de motoristas.
- 20/40 em ambos os olhos;
- 20/30 no olho melhor, com ou sem estrabismo;
Categorias C, D e E
Transporte de carga ou pessoas em veículos com mais de 3.500 kg
- 20/30 em ambos os olhos;
- 20/30 no melhor olho, desde que o pior não seja superior a 20/40;
- 20/25 binocular sem estrabismo;
O motorista que não se encaixa nesses critérios ainda pode tirar a CNH. Nesse caso, é adicionada uma observação no documento informando que o motorista só pode conduzir veículos se estiver equipado com instrumentos de correção visual, como lentes de contato ou óculos.
Problemas de visão afetam o trânsito: Principais doenças
Diversos são os problemas de visão que afetam o trânsito. Os mais comuns são:
- Estrabismo: é caracterizado pelo desequilíbrio apresentado pelos músculos oculares. Como consequência, os dois olhos não conseguem se fixar no mesmo ponto ou objeto em simultâneo. Dessa forma, enquanto um olho está fixo na estrada o outro está desviado.
- Glaucoma: doença caracterizada pelo deterioramento do nervo óptico e comumente associada ao aumento da pressão intraocular. Como esse nervo é responsável por captar o que enxergamos e transmitir essa informação para o cérebro, sua degradação afeta a capacidade de visão.
- Retinopatia diabética: consequência da diabetes, essa doença afeta os pequenos vasos sanguíneos da retina. Entre os principais sintomas notados pelas pessoas, estão “moscas” volantes, borrões e a dificuldade de discernir cores.
- Catarata: essa doença é caracterizada pela perda de transparência do cristalino do olho. O cristalino atua como uma lente natural que permite focar nossa visão em diferentes distâncias.
- Erros de refração de grau elevado (altos graus de miopia, hipermetropia ou astigmatismo): são caracterizados pelo desvio da luz dentro do olho, o que impede a formação correta das imagens.
Hipermetropia e astigmatismo comprometem a visão dos objetos mais próximos. Já a miopia, compromete a formação das imagens de objetos mais distantes.
Problemas de visão afetam o trânsito: Questão de saúde pública
A maioria das pessoas terá problemas de visão em algum momento de sua vida. Sendo assim, é preciso garantir que os motoristas estejam em condições de dirigir seus veículos.
Uma pesquisa feita entre 2019 e 2020 por oftalmologistas da Fundação Dr. João Penido Burnier apresentou resultados preocupantes. Das pessoas entrevistadas, apenas 21% tinham 100% da visão em ambos os olhos.
- 18% apresentava acuidade visual inferior àquela exigida pelo DETRAN para a sua modalidade de habilitação. Desses 18%, um terço já havia se envolvido em acidentes de trânsito.
- 9% dos pacientes haviam se envolvido em acidentes no último ano. Sendo que a média de idade desse grupo foi de 65 anos.
- Além disso, 59% dos entrevistados apresentam algum tipo de restrição na CNH. Sendo que 96% dizem seguir as restrições corretamente.
Frente a essa pesquisa fica evidente como os problemas de visão afetam o trânsito, principalmente quando levamos em consideração a população mais idosa.
Nesse cenário, as visitas constantes ao oftalmologista para acompanhar os problemas de visão são essenciais. Assim como o uso constante de óculos ou lentes de contato.
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