Como a falta de semicondutores afeta o mercado automotivo

semicondutor

A falta de semicondutores é um assunto que está em pauta desde o primeiro semestre do ano passado. Isso porque, a escassez deste pequeno, mas importante item, tem afetado a indústria automotiva tanto no Brasil quanto no mundo.

Agora, por que este dispositivo microeletrônico tem estado em falta nos últimos meses? Além disso, por que ele afeta tanto o mercado automotivo? Para essas e outras perguntas, nós preparamos este artigo especialmente para você.

Portanto, se você quer ficar atualizado e informado sobre este assunto, não deixe acompanhar a leitura com atenção até o final!

O impacto da falta de semicondutores no mercado automotivo

Produzir um veículo, mesmo com o auxílio de máquinas, equipamentos e dispositivos tecnológicos é algo trabalhoso, complexo, afinal, envolve diversas peças e componentes que precisam estar em perfeita harmonia para que tudo funcione corretamente.

E quando um ou mais itens estão em falta, a produção dos veículos acaba comprometida — é o caso dos semicondutores (classe de materiais capazes de conduzir correntes elétricas). Agora, por que isso está acontecendo?

Consequência da pandemia e da alta demanda

semicondutor de um carro

Devido à pandemia de Covid-19, muitas montadoras, em determinado momento, reduziram/suspenderam as suas atividades. Algumas pararam totalmente, outras, parcialmente, e ainda houve aquelas que demitiram colaboradores e/ou os colocaram em férias coletivas.

Com isso, além de muitos funcionários terem o trabalho afetado, os semicondutores, entre outros itens eletrônicos, foram destinados à produção de computadores, celulares, tablets, notebooks e impressoras — especialmente por conta do trabalho remoto.

Além disso, prevendo uma redução da demanda, muitos fabricantes suspenderam encomendas e romperam contratos de fornecedores. 

Porém, o que aconteceu logo depois foi um aumento do consumo represado, e com o mercado reaquecendo, ficou difícil atender a alta demanda. E como resultado: a crise dos semicondutores. Basicamente, a indústria automobilística foi para o final da fila.

Segundo a Auto Forecast Solutions (AFS), fornecedora de dados globais sobre o mercado automotivo, mais de 10 milhões de veículos leves deixaram de ser produzidos globalmente por falta de semicondutores em 2021.

Ou seja, é um problema que gerou um grande impacto na economia no ano passado e que ainda permanece em 2022.

Oferta e demanda

trânsito

Pegando gancho com o que foi dito acima, também houve problemas de oferta e demanda por conta da falta de semicondutores. E isso, além de gerar filas de espera para comprar carros novos, também impactou o preço dos veículos que subiram consideravelmente desde o ano passado.

Agora, é claro que não foi só por causa desse gargalo na produção que os carros subiram de preço. Questões cambiais, aumento do custo de matérias-primas como aço e plástico, situações de logística e geopolítica, entre outros fatores também influenciaram nesse aumento. 

Nova realidade nas lojas e concessionárias

Antes dessa crise ocasionada pela falta de semicondutores, quando uma pessoa estava em busca de um carro, ela ia até uma concessionária, avaliava os modelos disponíveis e escolhia aquele que melhor lhe atendesse. E poucos dias depois, já estava com o veículo à disposição para dirigir.

Contudo, por causa dessa falta de chips, peças e dispositivos eletrônicos, muitas lojas e concessionárias não tinham (e ainda não têm) carros no estoque.

Logo, quando uma pessoa está interessada em adquirir um veículo atualmente, ela precisa ter paciência, pois dependendo do modelo, ela terá que aguardar semanas ou até mesmo meses para que de fato possa retirá-lo e dirigi-lo.

E isso, claro, não é algo que as pessoas desejam, fazendo com que muitos fiquem desapontados e até mesmo busquem uma outra opção, como comprar um carro usado ou seminovo, afinal, dependendo da necessidade, não dá para ficar tanto tempo esperando.

Imagine quem trabalha ou pretende trabalhar, por exemplo, com aplicativos de transporte como Uber. Se a pessoa ficar semanas sem o carro, ela simplesmente estará perdendo a sua fonte de renda.

Montadoras afetadas no Brasil

De acordo com a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, de 2021 para cá, 13 montadoras já foram afetadas pela falta de semicondutores e tiveram, em algum momento, que parar/suspender as suas operações. São elas:

  1. Agrale;
  2. BMW;
  3. Fiat;
  4. GM;
  5. Honda;
  6. Jaguar;
  7. Mercedes-Benz;
  8. Nissan;
  9. Renault;
  10. Scania;
  11. Toyota;
  12. Volkswagen;
  13. Volvo.

O uso dos semicondutores em veículos

Placa com semicondutor

O semicondutor em um veículo moderno é utilizado em várias áreas. Por exemplo, para fazer o gerenciamento do câmbio e do motor, para controlar o consumo e a emissão de poluentes, para que itens de conectividade funcionem, etc.

Por isso, inclusive, hoje em dia um carro pode utilizar de 500 até 1.200 semicondutores — o que é um número bastante expressivo referente a este pequeno dispositivo.

Há uma luz no fim do túnel?

De acordo com analistas que falaram sobre essa situação global no ano passado, a previsão é que essa situação de falta de semicondutores fosse normalizada já a partir de julho deste ano.

Contudo, apesar do aumento da produção de chips nos últimos meses, em fevereiro deste ano começou o conflito entre Rússia e Ucrânia (e que ainda não tem uma perspectiva de acabar). Com isso, a normalização de chips foi afetada e segundo novas previsões ela deve acontecer somente em 2023.

Isso porque, os russos cortaram dois terços da produção mundial de gás neon — elemento essencial para realizar gravação a laser nos microchips — ao destruírem instalações e a infraestrutura de fábricas ucranianas responsáveis por produzir este item.

Ou seja, a produção de veículos (que vem sendo afetada desde o ano passado pela falta de abastecimento de chips), ainda estará comprometida este ano e nos próximos meses.

Por isso, dizer que há uma luz no fim do túnel para as montadoras e outros setores da economia que utilizam este dispositivo microeletrônico, ficará apenas para o ano que vem.

“E se construíssem novas fábricas para produzir esses chips?” É um caminho, porém, não é algo simples, fácil, barato e nem rápido. 

Isso porque, estamos falando sobre um investimento que custa mais de dois bilhões de dólares e que pode levar até cinco anos até as fábricas serem construídas e estarem funcionando de fato.

Portanto, tenha em mente que essa crise não será resolvida tão facilmente e nem rapidamente. 

E se você gostou deste artigo e quer saber mais sobre o mercado automotivo, acompanhe nosso blog! Toda semana tem um novo post para você.

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