Anualmente, no dia 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher. E por conta dessa data tão importante e necessária, nós, do Cadê Guincho, preparamos alguns conteúdos especiais ao longo deste mês, sendo o de hoje sobre a mulher no mercado de trabalho.
Afinal, é inegável que a presença e a participação das mulheres nas mais diversas áreas profissionais estão cada vez maiores e mais fortes.
Sendo assim, para refletirmos sobre o assunto e analisarmos as conquistas, bem como os principais desafios da mulher no âmbito profissional, nós preparamos este artigo de hoje!
A mulher no mercado de trabalho
Nas últimas décadas, as mulheres têm conquistado maior autonomia social e ganhado cada vez mais espaço nas empresas, inclusive, em mercados dominados por homens.
Hoje, por exemplo, é muito comum encontrar mulheres na economia, na ciência, na política, na administração, no direito, no trânsito, em setores industriais, de tecnologia, de games, e muito mais.
E isso se deve, além da competência, dedicação e qualificação profissional das mulheres, à luta constante por seus direitos.
Antigamente, quando se falava sobre a mulher no mercado de trabalho, profissões como cozinheira, professora, enfermeira, manicure e costureira eram o que vinham à mente de grande parte das pessoas.
Porém, hoje em dia, a realidade é outra. Afinal de contas, as mulheres estão presentes em praticamente todas as áreas de trabalho — o que já é um grande avanço, uma grande conquista, porém, não a única.
Principais conquistas da mulher no mercado de trabalho
Cargos, posições e espaço
Décadas atrás, por conta de questões sociais e culturais, era muito difícil encontrar mulheres em cargos e posições importantes, de liderança e gestão.
Porém, hoje, cada vez mais há mulheres que ocupam cargos e posições de destaque.
Hoje, você vê, por exemplo, mulheres que são CEOs, chefes e diretoras em grandes empresas, empreendedoras e donas de negócios de sucesso, e muito mais.
Um grande exemplo é o da Luiza Helena Trajano, empresária e presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza.
Além disso, hoje em dia, as mulheres tomam muito mais decisões importantes onde trabalham, participam ativamente dos resultados, contribuem para o crescimento e desenvolvimento de empresas, e são protagonistas.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), das 508 empresas listadas no banco de dados da BM&F Bovespa, 197 têm pelo menos uma mulher no conselho de administração. E a tendência, segundo especialistas, é que esse número cresça cada vez mais nos próximos anos.
Direitos
Especialmente por conta da maternidade, as mulheres têm, segundo a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), benefícios como:
- 120 dias de licença-maternidade;
- Dois descansos diários de 30 minutos para amamentação, até a criança completar seis meses de vida;
- Estabilidade no emprego. A mulher não pode ser demitida sem justa causa desde o momento da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto;
- Entre outros.
Agora, apesar dessas conquistas e desses direitos, ainda existem alguns desafios que envolvem a mulher no mercado de trabalho, e é sobre isso que iremos abordar a seguir.
Principais desafios da mulher no mercado de trabalho
Salário
Mesmo tendo ensino superior e exercendo, muitas vezes, a mesma função de homens, muitas mulheres ainda recebem um salário inferior nas empresas onde trabalham.
Ou seja, mesmo tendo qualificação, as diferenças salariais quando comparadas ao sexo masculino ainda existem e são bastante significativas.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o salário médio das mulheres correspondia, em 2018, a 79,5% dos homens.
Então, enquanto um homem recebia, em média, R$2.579 por mês, uma mulher recebia R$2.050.
Jornada dupla
Outro desafio enfrentado por muitas mulheres no mercado de trabalho, está associado à jornada dupla.
Isso porque, além do tempo de trabalho, dentro de um escritório, dentro de uma empresa, diversas mulheres ainda têm que lidar, muitas vezes sozinhas, sem ajuda, com os serviços domésticos, como limpar, cozinhar, cuidar dos filhos, etc.
E isso, claro, gera um esgotamento nas mulheres, tanto físico quanto mental. Em muitos casos, elas ficam sobrecarregadas e mal conseguem cuidar de si próprias, o que pode ocasionar problemas pessoais e, consequentemente, profissionais.
Preconceito e discriminação
Segundo uma pesquisa da revista Marie Claire e da organização Everywoman, feita com quase três mil mulheres entre 18 e 55 anos, quase metade (46%), disse que já sofreu sexismo (preconceito contra o sexo feminino) no escritório.
Além disso, 44% disse que colegas do sexo masculino já fizeram “brincadeiras” e comentários inapropriados a respeito da sua aparência.
São números significativos e que, apesar de terem sido obtidos em uma pesquisa com cerca de três mil mulheres, eles representam uma grande realidade dentro de inúmeras organizações.
Inúmeras mulheres, em algum momento, já relataram situações de preconceito, discriminação e descaso no ambiente de trabalho, e tanto aqui no Brasil quanto em outras partes do mundo.
Assédio
Muitas mulheres, no dia a dia, sofrem assédio, seja moral, psicológico, virtual ou até mesmo sexual. E isso é algo que acontece não só nas ruas, na internet e em lugares públicos, mas no local de trabalho também.
E um grande desafio referente a essa situação é que, por medo de demissão e/ou de simplesmente não ser acreditada, das pessoas não confiarem no que está sendo dito, muitas mulheres acabam não denunciando este tipo de crime e, assim, muitos assediadores acabam passando impunes.
Maternidade
Apesar de melhorias e avanços nas últimas décadas, os direitos trabalhistas e, muitas vezes, as empresas, não fornecem o suporte necessário para mulheres que acabaram de ser mães.
Como consequência, elas precisam deixar os filhos muito cedo em creches para poder voltar ao trabalho, muitas vezes sofrem preconceito por causa disso e por outros aspectos e, em certos casos, não conseguem vagas ou até mesmo serem promovidas, simplesmente por terem se tornado mães.
Por isso, lutar pelos direitos, buscar mudanças e melhorias, e ter redes de apoio são atitudes extremamente importantes para vencer e superar esses desafios.
E para que a equidade de fato seja alcançada, é essencial que haja uma conscientização popular a respeito da situação das mulheres, e não apenas no mercado de trabalho, mas na sociedade como um todo!