Ao estar dirigindo por uma via, evidentemente você não deseja que o seu veículo pare de funcionar. Porém, essa é uma situação que pode acontecer quando você menos espera. Sendo assim, o que fazer? Uma das soluções que diversos motoristas recorrem é dar o famoso tranco no carro. Ou seja, empurrá-lo, engatar a segunda marcha e depois tirar o pé da embreagem, após ele atingir uma velocidade razoável. Dessa forma, o veículo pode voltar a funcionar.
Porém, será que essa prática é correta ou até mesmo recomendada? Considerando as características dos veículos de hoje em dia, a resposta é não. Isso porque ela pode gerar uma série de consequências e problemas.
Quer saber quais são eles? Então confira o conteúdo a seguir! Ao longo dele, você verá os 6 principais riscos de dar tranco no carro!
Quais são os 6 principais riscos de dar tranco no carro?
Fazer um veículo pegar no tranco é uma “técnica” que muitos motoristas utilizavam no passado, quando seus automóveis apresentavam algum tipo de problema e não ligavam.
Trata-se de uma cena clássica. O carro “morre” no meio de uma via e não quer mais pegar. O motorista então sai do veículo e pede ajuda para quem está próximo para empurrar o automóvel (isso quando não há passageiros).
As pessoas se aproximam, começam então a empurrar o carro até que uma delas grita: “vai, joga a segunda!”. A partir disso, o veículo pode acabar pegando no tranco e voltar a rodar.
Agora, embora fosse comum no passado, essa prática deve ser evitada atualmente. Isso porque os veículos que são vendidos hoje em dia possuem tecnologias e sistemas que podem ser seriamente danificados por conta dessa ação.
Os automóveis de décadas atrás não eram tão modernos e não tinham tanta tecnologia como os de hoje. Por isso, fazer o carro pegar no tranco não era uma prática tão prejudicial.
Contudo, atualmente, ao dar tranco no carro, você acaba exercendo uma força significativa em componentes do motor e em peças como a correia dentada, as válvulas e os pistões. Logo, poderá ocasionar uma série de problemas.
Veja a seguir os 6 principais!
1. Danos ao motor
É importante ter em mente que o motor do seu veículo, em uma tentativa de tranco, absorverá o impacto dessa ligação forçada. Porém, ele não foi projetado para isso.
Dessa forma, se você o força, acabará provocando uma sobrecarga que poderá causar danos irreversíveis desde os cilindros até os circuitos eletrônicos.
O que pode acontecer é o motor fundir ou trincar o cabeçote. Assim, o sistema pode ser afetado de modo que não seja possível haver uma reversão da situação.
2. Sobrecarga nos circuitos eletrônicos
Quando você tenta fazer o seu carro pegar no tranco, você acaba gerando uma sobrecarga nos componentes do sistema eletrônico.
Com isso, o motor de arranque, o sistema de luzes, o aparelho de som, a bateria, os fusíveis, o ar-condicionado, entre outros itens podem ser danificados. Consequentemente, você poderá ter um prejuízo considerável.
3. Danos na correia dentada
Outro problema que a prática de dar tranco no carro pode gerar são danos na correia dentada.
Afinal, ela pode provocar um salto nos dentes da correia de distribuição, de modo a afetar pistões e válvulas, causando, assim, prejuízos e até mesmo a necessidade de se abrir o motor.
Além disso, ao dar o tranco, provoca-se uma pressão muito grande na borracha da correia. Por conta dessa situação, ela pode quebrar e fazer com que o motor estrague — o que resulta em uma grande dor de cabeça.
4. Problemas na injeção eletrônica
Além das situações apresentadas acima, outro problema que o tranco no carro pode ocasionar refere-se ao sistema de injeção eletrônica.
Isso porque ao dar o tranco você acaba forçando o combustível a ser injetado de uma maneira que foge ao padrão que estava configurado para aquele motor, podendo ficar a níveis acima ou abaixo do desejado.
Dessa forma, todo o sistema de injeção tende a aquecer de forma excessiva e, assim, acabar danificando peças e componentes.
5. Riscos de acidentes e atropelamentos
Conforme explicado no começo do artigo, para dar o tranco no carro normalmente é necessário contar com o auxílio de outras pessoas. E todo o processo costuma ser feito no meio de uma via em movimento.
Por conta disso, outro risco relacionado a essa prática refere-se aos acidentes ou até mesmo aos atropelamentos que podem acontecer. Afinal, tanto você quanto outras pessoas estarão no meio do trânsito tentando fazer o veículo pegar.
6. Problemas no catalisador
Por fim, a sexta e última consequência diz respeito a problemas no catalisador automotivo — item essencial para o bom funcionamento do sistema de escape.
Isso porque ele poderá ser danificado de forma irreparável, devido ao combustível que estará saindo em estado líquido pelo escapamento.
Por conta dessa situação, além do próprio componente apresentar problema, o seu veículo ficará mais poluente — o que é péssimo para o meio ambiente.
Portanto, se você não quer enfrentar esses e outros problemas, evite tentar fazer o carro pegar no tranco.
O mais indicado diante de uma situação em que o seu veículo não está funcionando, é chamar um guincho. Assim, o seu carro poderá ser resgatado e levado até uma oficina mecânica.
E já na oficina mecânica, profissionais qualificados poderão averiguar o que pode ter ocasionado a pane.
Talvez tenha sido um problema com a bateria, por exemplo — o que é uma situação mais “simples” de ser resolvida.
Ou pode ser uma situação envolvendo a parte elétrica, ou mecânica do automóvel — o que tende a ser um problema mais complexo e caro.
A importância da manutenção
Conforme você acompanhou até aqui, existem diversos riscos que a prática de dar tranco no carro pode gerar. Sendo assim, além de evitá-la, é essencial que você mantenha a manutenção do seu veículo sempre em dia.
Dessa forma, você poderá manter o seu automóvel funcionando em perfeito estado e sem apresentar maiores problemas.
Todo veículo, por conta do uso e do tempo, apresenta certos desgastes ou até mesmo falhas. É natural. Nenhum carro, moto, caminhão etc. dura para sempre sem precisar de uma manutenção ou revisão.
Portanto, não deixe de levar o seu veículo à oficina mecânica pelo menos duas vezes por ano. Trata-se de um cuidado básico, preventivo, que ajudará o seu bem a ficar preservado por mais tempo.
Para finalizar (e pegando gancho com este assunto), veja este outro post que publicamos aqui em nosso blog: 10 sinais de que seu carro precisa de manutenção!